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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Oriente Médio, entre a paz e o apocalipse


Como confronto por procuração entre as grandes potências e campo de provas para armas e táticas de guerra, a Guerra Civil Síriadesempenha um papel comparável ao da Guerra Civil Espanhola nos anos 1930.
Desta vez não se trata de um embate entre duas ideologias opostas, mas entre interesses imperiais, nacionais, étnicos e sectários entrecruzados e emaranhados, e isso dificulta tanto chegar a um acordo quanto à vitória de algum dos muitos lados.
Mesmo assim, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, anunciaram em Munique no fim de semana passado uma trégua, em princípio a começar no sábado 27, que poderia abrir caminho a um acordo de divisão da Síria e criação de uma federação entre os grupos étnicos e sectários rivais, embora na véspera, em entrevista à Agência France Presse, Bashar al-Assad reafirmasse sua pretensão de vir a retomar todo o país.
Dezessete meses de bombardeios da coalizão liderada pelos EUA tiveram pouco efeito aparente contra o Estado Islâmico e a tentativa de armar “rebeldes moderados” para enfrentá-lo foi abandonada em meados de 2015, mas os cinco meses de envolvimento russo mudaram o curso de uma guerra que em setembro, após a queda de Palmira nas mãos do EI, parecia perdida para Bashar al-Assad. 
O Ocidente acusa a Rússia de bombardear mais os rebeldes sírios que o EI, mas também este último foi visivelmente enfraquecido. Além de perder territórios, teve cortadas suas rotas de exportação de petróleo para a Turquia e para os rebeldes sírios por meio das quais se financiava.
Relatos de refugiados do território controlado pelo Califado dizem que os soldos dos militantes foram cortados pela metade, faltam produtos básicos, os impostos são exigidos em dólar e a liberdade de prisioneiros está à venda.
O próprio comando do EI parece estar orientando seus voluntários a se dirigirem não mais para a Síria e Iraque, mas para a Líbia, onde a organização está em expansão e tenta controlar campos de petróleo.
Os ataques russos ao Exército Livre da Síria (ELS), apoiado pelo Ocidente, são compreensíveis, não só por amea­çar seus protegidos em Damasco como por cooperar com as forças fundamentalistas patrocinadas pela Arábia Saudita e demais monarquias do Golfo Pérsico, e mesmo com a Al-Nusra, braço sírio da Al-Qaeda, frequentemente nos mesmos combates. 
Entretanto, são os civis que mais sofrem, mais ainda agora que o exército de Assad, as tropas do Irã, Hezbollah e milícias xiitas iraquianas que o apoiam tentam avançar ao máximo antes do possível congelamento das linhas de frente por um cessar-fogo. Isso é feito sob a cobertura de bombardeios russos e sírios redobrados nas regiões de Alepo e Idlib, noroeste da Síria.
Damasco e Moscou negam a responsabilidade, mas cinco hospitais e duas escolas foram bombardeados em ataques que lhes foram atribuídos por ONGs e governos ocidentais.
Uma das cidades onde um hospital foi destruído é Azaz, cujo controle está dividido entre o ELS e a Al-Nusra. Ao mesmo tempo, seus arredores foram bombardeados pela artilharia da Turquia, aliada desses grupos e inimiga de Assad, para tentar impedir a queda da cidade nas mãos do YPG (sigla de “Unidades de Proteção Popular” em curdo),  ligado ao PKK, guerrilha separatista do Curdistão turco.  
O YPG participou da revolta contra Assad em 2011, enfrentou a Al-Nusra e se aliou ao ELS contra o Estado Islâmico. Ao mostrar-se a força terrestre mais eficaz contra este último, recebeu apoio tanto dos EUA quanto da Rússia e expandiu seus domínios no norte da Síria à custa do Estado Islâmico desde sua vitória na batalha de Kobane, em janeiro de 2015. 
Os rebeldes sírios se dizem “traídos” pelos curdos e os EUA assistem, perplexos, a seus protegidos se engalfinharem uns com os outros.  Erdogan atribui ao YPG o atentado da quinta-feira 17 que matou 28 em Ancara  e o do dia seguinte,  que matou mais 6, ao atacar um comboio militar.
Acusa EUA e Europa de criar um “mar de sangue” ao apoiar o YPG em vez de combatê-lo como “organização terrorista”,  enquanto estes o pressionam a deter os ataques à força curda que ameaça controlar quase toda a faixa de fronteira, dar livre trânsito aos guerrilheiros separatistas e, juntamente com o cerco de Alepo pelo Exército sírio, cortar as linhas de abastecimento a partir da Turquia dos rebeldes sírios e do EI. 
A 20 quilômetros de Azaz está Dabiq, tomada pelo Califado desde agosto de 2014 e de grande importância estratégica e simbólica. Segundo uma profecia islâmica medieval, essa pequena cidade seria o local de uma batalha decisiva entre “romanos” (cristãos) e muçulmanos nas vésperas do Juízo Final, razão pela qual a revista oficial do Califado se intitula Dabiq. 
(parte de uma reportagem publicada na Revista Carta capital ) 
http://www.cartacapital.com.br/revista/889/entre-a-paz-e-o-apocalipse

Os Vikings

Provenientes da Escandinávia (Noruega, Suécia, Finlândia)  os povos conhecidos como  "Vikings"  aproveitaram  a grande navegabilidade dos rios europeus para  invadir  e saquear a costa norte da Europa a partir do século VIII.  Fica a dica da série  que passa no canal The History Channel  ou um  documentário sobre o tema. 



Algumas lembranças visuais de um passeio pela terra dos vikings  em 2014.




A Luneta do Tempo ( O Banditismo social de Lampião)

 Um dos temas que despertou a curiosidades dos alunos do 9º ano  nesse início de semestre, foi com certeza  as revoltas sociais ocorridas no período da  chamada  Primeira República ( 1889  a 1930). Dos temas trabalhados,  tem dois que gosto muito, seja porque os mesmos são de uma surrealidade extraordinária, seja pela própria complexidade de  sua compreensão.


O movimento messiânico de Canudos  incomodou a  recente e frágil República, com toda sua estrutura oligárquica, seja os grandes proprietários de terras (coronéis) seja o poder clerical da Igreja Católica. Cerca de  30 mil pessoas  se juntaram ao beato  Antônio Conselheiro e formaram em 1893, o famoso arraial de Belo Monte, tornando-se um dos mais populosos da Bahia. 


Entre 1896 e 1897, quatro expedições  entraram em combates contra a comunidade Canudos, destacando a terceira (Cel Moreira César) e a quarta  que contou  com cerca de  6160 soldados  e dois Generais.  O jornalista  Euclides da Cunha, imortalizou a ultima expedição na obra "Os Sertões".  Ao final, só restaram  quatro combatentes: (dois homens, um velho e uma criança). Canudos  é um exemplo de que no Brasil, as questões e os Direitos Humanos, nunca foram prioridades. 


O Banditismo Social expresso no Cangaço independente de Lampião, foi  outra faceta desse período. O Bando de Virgulino Ferreira, atormentou as autoridades republicanas por volta de vinte anos até ser morto em uma emboscada  em 1938.  (Fica a dica do filme de Alceu Valença  "A Luneta do Tempo" que breve  será lançado e abordará a temática  do Cangaço


Os Castelos Medievais (Do lixo ao Luxo!!!)



Uma das aulas interessantes desse início de ano (2016)  foi sobre os  Castelos Medievais para as turmas de  7 ano. Muito  se fala sobre essas imponentes construções, porem  acaba existindo muita fantasia e pouco  conhecimento sobre eles. Acima temos as muralhas na cidade Tallin na Estônia, onde pude conhecer um pouco mais de perto a cultura medieval.

Os Castelos surgiram  como proteção para os guerreiros e senhores na chamada Alta Idade Média (Século V  ao X) e eram principalmente feitos de madeira, sem a estrutura que frequentemente associamos aos castelos  medievais. Sua função principal era  proteger os habitantes  de um possível ataque inimigo e por isso a parte mais fortificada deveria está em uma parte elevada, para assim dar mais visibilidade  do terreno



Por volta do  século IX e principalmente a partir da chamada Baixa Idade Média (Sec XI a XV) os Castelos tornaram-se mais protegidos  ao serem construídos de pedra e ganharam uma estrutura mais desenvolvida, visando principalmente a proteção do Senhor Feudal e de seus  servos.  Detalhes como Torres de Vigias, Portões com Grades  e pontes levadiças, passaram a ser comuns nas construções. Alem de fossos, calabouços  e uma grande torre principal. 

Uma curiosidade que provoca um certo estranhamento nos alunos,  é o fato de que os Castelos,
 devido a própria construção como também a mentalidade medieval, eram lugares sujos, frios e escuros. O conforto será uma característica muito recente ou seja, somente no final da idade média e durante a idade moderna é que os castelos tornaram-se luxuosos

Após um longo tempo sem  postagens,  resolvi  voltar a  ativar o blog, agora com o objetivo de  contribuir ou se aprofundar um pouco mais nas questões trabalhadas em sala de aula  na Escola Pe Josimo  Tavares (Palmas -Tocantins)  nas turmas de  Ensino Fundamental ( 7º a  9º Ano)  alem é claro de todos  os ex-alunos e visitantes  que são sempre bem vindos  nesse espaço!!!